O e-commerce é um dos setores que continuam indo bem mesmo em meio à crise econômica que vivemos. Ele movimenta quase R$50 bilhões e tem atraído muitos empresários. Se já é disputado para quem é daqui, imagine para as empresas estrangeiras que querem investir em terras tupiniquins (ou melhor, nos internautas brasileiros).
O e-commerce brasileiro tem algumas diferenças em relação às lojas virtuais de outros países. Existem algumas particularidades que são a nossa cara – e nem todas são boas. Por exemplo, a taxa de conversão no e-commerce brasileiro é de apenas 1,5%, metade da taxa norte-americana, e faze-la aumentar é um desafio enorme.
O pagamento parcelado é um hábito nosso que não existe no mercado estrangeiro. Para os lojistas o custo é maior, por isso vender a prestação pode parecer estranho e até um mau negócio para quem vem de fora.
Mas se eles quiserem sobreviver por aqui, terão de se adaptar à realidade que nosso varejo físico já enfrenta há muito tempo e oferecer parcelamento sem juros para trazer mais comodidade ao consumidor.
Aqui, 70% das compras online se concentram nos 10 principais varejistas
O dado é da Associação Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). O mercado estrangeiro é mais democrático e os percentuais são bem mais “espalhados”, principalmente na Europa. A questão da transparência no pagamento também não é tão levada em conta por aqui, com o varejo abrindo mão da garantia de segurança em prol da rapidez – nem todo mundo adota a funcionalidade que protege o comerciante contra estornos.
Se compararmos o e-commerce brasileiro com o chinês então (vide o gigante Alibaba), também temos pontos bem interessantes. A estimativa é que até 2020 o mercado chinês esteja valendo mais do que os mercados do Reino Unido, Alemanha, França, Estados Unidos e Japão, juntos. Mais de 300 milhões de chineses compram online – um número maior do que toda a população brasileira, mas que representa só um quarto da população da China.
O país asiático é o segundo preferido nas compras virtuais brasileiras (o primeiro são os EUA). São centenas de milhões de reais gastos em sites chineses – gastamos três vezes mais no Light in The Box do que a Rússia. Isso pode ser facilmente explicado quando vemos as tarifas e impostos praticados aqui e os comparamos com as americanas, chinesas e europeias.
Nossas vantagens
Mas nem tudo é ruim por aqui. Nossos canais de mídias sociais são bastante eficientes e nossa logística funciona bem. Temos um grande potencial de consumo, que inclusive tem atraído empresas estrangeiras interessadas em firmar acordos e parcerias – que podem beneficiar os pequenos e médios empresários, vale ressaltar.
Facilidades oferecidas ao consumidor como frete grátis também são atrativos que podemos explorar para nos destacar.
A oferta de conectividade que temos hoje também não deixa a desejar e nos coloca em um patamar parecido com o das grandes potências, principalmente com a expansão da banda larga móvel. O preço da nossa internet móvel ainda é muito mais caro do que em outros países e isso acaba influenciando bastante. Mas a questão da forma de pagamento é a que acaba influenciando mais mesmo.
Enquanto chineses pagam quase tudo no débito, aqui, o cartão de crédito ainda reina soberano. Aqui temos mais concorrentes e prestadores de serviço de intermediadores e gateways do que em muitos países. Mas as taxas pagas por transação ainda são bem altas, mesmo com tanta diversidade (variando de 4,99% a 7,40% somado ao custo por transação, dependendo do número de parcelas).
E você? Já tinha parado para pensar nessas diferenças e no que podemos melhorar ou fazer diferente olhando para os e-commerces estrangeiros? Deixe sua opinião nos comentários!